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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

“A Jaula De Ouro” na Cinemateca domingo (25-02) 15h

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Sinopse : Os jovens Juan, Sara e Samuel fogem da Guatemala para tentar chegar ao Estados Unidos, carregando com eles o sonho de encontrar um mundo melhor além das fronteiras da terra natal. Durante a passagem pelo México, o grupo encontra o índio tzotzil Chauk, que não fala espanhol e viaja sem documentos. Trailer:  https://youtu.be/aPUs19GlwLo 25 de Fevereiro de 2018, domingo as 15h00 Entrada Gratuita Local :  Cinemateca de Curitiba Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 – bairro São Francisco, Curitiba/PR O filme é lindíssimo.

BELLADONNA OF SADNESS (KANASHIMI NO BELLADONNA) – Animation, 1973

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BELLADONNA OF SADNESS (KANASHIMI NO BELLADONNA) – Animation, 1973, Parece ser menos conservador do que os filmes atuais. https://youtu.be/2WkcLMapo_Y

I, Tonya (EUA, 2017)

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"I, Tonya" (EUA, 2017) é o típico filme biográfico de herói americano: uma espécie de ponto de vista  retrospectivo-resignado, e uma voz off narrando os atos. Mas esses dois detalhes convencionais não diminuem e nem tem como esconder o que salva a obra: a atuação de Margot Robbie! Tá realmente um negócio de doido.  A tradição mimética americana (imitar personagens) é chata, é clichê (vide as trocentas indicações de Meryl Streap e o próprio James Franco que não vale 0,02 cents pela previsível e caricatural interpretação em O Artista do Desastre) mas nesse caso eu comprei a ideia de que a atriz criou uma persona e meteu o foda-se no compromisso com a verossimilhança. Digo isso porque noto diferenças, por exemplo, no porte físico entre a atriz e a patinadora real. Enfim, relevem a minha deselegância e aproveitem essa persona magistralmente criada. Vale a pena pelo show de dramaturgia.  A história em si também é válida e inclusive um alerta muito sutil acerca do machismo e da

Projeto Flórida (2017)

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EXCELENTE filme! Provavelmente o mais ousado e revolucionário filmograficamente entre os filmes dessa safra americana! Eu estava ao lado do "Call me by your name" como melhor filme comercial do ano, mas Projeto Flórida acaba de superar todas as expectativas. É uma mistura de "Pequena Miss Sunshine" com "Adorável Sonhadora", além de ter uma contribuição sociológica impressionante para o momento e um toque de cinema independente americano. E eu disse sociológica não político-panfletária. Os atores TODOS estão perfeitos e Willem Defoe merece o Oscar de melhor ator principal , não coadjuvante onde está indicado. Não é um filme para plateias bovinas e nem é muito fácil, mas vale cada minuto. Está fora da disputa do Oscar de melhor filme porque a Academia é burra! A fotografia é linda, que imagens! Melhor que pelo menos 3 dos indicados! O roteiro é dos melhores, deveria estar indicado à melhor roteiro original, é melhor do que 4 dos indicados. Direção é prim

Lady Bird (2017)

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Lady Bird - Filminho bonito. Tem uma pegada feminista leve, um pouco de clichê existencialista de adolescente, mas é quase salvo pela atuação excepcional da personagem da mãe da protagonista, interpretada por Laurie Metcalf (sim, ela mesma, a mãe fundamentalista de Sheldon Cooper). Além de belíssimas imagens de Sacramento tem uma reediçao da calça boca de sino (sic). Light, e curioso pelo contexto: escola católica de "elite" em pleno século XXI com suas perspectivas de liberalidades. Direção convencional, roteiro com certa dose de previsibilidade. Nota: 8,0.

Corra (Get Out, 2017)

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Corra figura entre as melhores obras produzidas em 2017 e é obrigatório para quem quiser acompanhar a atualidade cinematográfica. Valorizo muito, mas critico um certo didatismo de aspecto televisivo presente no filme. A metáfora da escravidão do corpo negro é excelente, as atuações são muito boas e a filmografia é decente. Nota 9,0

Três Anúncios para um Crime.

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Três Anúncios para um Crime. O nome dado pela produção brasileira é um horror. Didatismo feio. O nome original "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri" é muito mais charmoso. Esse filme altera momentos muito bons com outros um tanto pastelões, além de ter um final que pareceu preguiça de maior complexidade. Não somente pela protagonista ele lembra uma mistura de Fargo com um faroeste de Clint  Eastwood adicionado à um drama razoavelmente teatral. As imagens são muito parecidas com as de bons filmes sobre Estados americanos e suas caracteríticas geo-culturais, como o belíssimo Nebraska ou mesmo outros dos irmãos Coen. A direção é discreta e parece ser intencional, acho que foi excelente assim, melhor do que diretores que metem a mão de um jeito que fica caricatural como em Lady Bird, por exemplo. É um enquadramento paradão, convencional, até porque a fotografia está linda, mas de vez em quando tem um bom movimento de câmera. O elenco é realmente forte, embora estereoti

A Forma da Água

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A Forma da Água - Eu não gostei desse filme, não gostei nada, mesmo assim ele tem seus méritos e deve ser conhecido como ícone de cultura pop e até mesmo como um gostoso passatempo. Os defeitos que me incomodam são, basicamente, a previsibilidade do romance e do desenrolar da história que em nada surpreende e a excessiva estigmatização dos personagens. Dada essa limitação de enredo, digamos assim, o filme é obrigado a ser "perfeitinho" em outros aspectos "técnicos" como maquiagem, efeitos, direção de arte. Vigora um narcisismo hipster retrô na cultura contemporânea, e a maneira como Del Toro filma os fetiches da época não escapa dessa tendência, vide o carro do personagem de Shannon (que está excelente, embora não muito diferente do que geralmente faz), o televisor do vizinho, etc. Além disso, ele força a barra nos estigmas para, supostamente, falar dos excluídos, dos diferentes. Claro que a contribuição do filme para o respeito à diversidade é bem-vinda, sempre. Fa

The Post

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The Post (EUA, 2017) A história da imprensa ainda deverá ser recontada sob a ótica de seus verdadeiros interesses: financeiros e políticos, não é o caso aqui, onde ela é tratada como heroína da livre expressão. Mas tá aí o Spelberg de novo. Ele tem seu estilo, é um Woody Allen, um Hitchcok, ao seu modo. Filme convencional, música imponente, mas clichê. Não é dos piores, está no Oscar porque lá é o seu lugar, como produto industrial. Mesmo assim nos presenteia com pequenas doses de poesia visual. Gostei muito da roupa da Meryl Streep (acho que escrevi corretamente o nome dela dessa vez). Nota: 8,0, ou seja, "I, Tonya" e, principalmente "Projeto Flórida" deveriam estar no seu lugar como indicados à melhor filme

O Destino de uma Nação

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Darkest Hour , ou "O Destino de uma Nação" ou, como ficou conhecido aqui em casa "o filme do Churchil". Há um paralelo possível entre "O Discurso do Rei", "Dunkirk" e esse filme: os três são propaganda dos que venceram a guerra e, como se sabe, a história é contada pelos vencedores. Gary Oldman foi muito mimado por essa atuação, não achei nada de mais, a máscara facilita muito. Tem um outro ator nesse filme que eu gosto mais, o Ben Mendelson. Ressalte-se: uma das piores "quase-unanimidades" do momento gira em torno da atuação de  Gary Oldman  no filme Darkest Hour, que aliás é filme fraco. A máscara faz toda a atuação e não vejo muito mérito fora da maquiagem.  Vladimir Brichta  está melhor em Bingo.  Nota: 7,0

Dunkirk

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Estou tentando pensar em algo para dizer sobre esse filme. A história dos personagens parece menor do que a grandeza das imagens, o que é uma forma bastante sutil de expor um enredo. Talvez o maior problema do filme seja a centralidade da música ou devo dizer do "noise" que ele explora para compor o suspense e a grandiosidade. Tenho a impressão de que aquele modelo de som já foi muito usado em outros filmes do Nolan, como em "A Origem" ou "Batman". Essa característica "video-audial" do filme é fundamental para seu aspecto videoclipe e, não sei se estou delirando muito, mas algumas cenas me lembram de O Paciente Inglês. Provavelmente isso é pura subjetividade. O filme não escapa dessa coisa cretina de elogiar os vencedores, ou seja, a velha máxima de que a Guerra é contada pelos vencedores, como canalhas do tipo Churchil. Me fez desejar, honestamente, por um filme que mostrasse o lado trágico-heróico dos nazistas. Obviamente sou inimigo dos naz

Call me by your name

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"Call me by your name" eu compreendi como um poema acerca do amor livre. É um filme com um ritmo singular, uma coreografia suave de imagens, atuações impecáveis de todos os atores, o que não é tão comum no cinema de "modelos" hoje em dia e um levíssimo plot twist que talvez nem possa ser classificado como tal, mas que mesmo assim rouba a cena na majestosa atuação de Michael Stuhlbarg (talvez já repetida desse ator, nos trejeitos, mas que deu muito certo aqui). O diretor Luca Guadagnino me pareceu que conseguiu dar uma identidade geral ao filme de forma muito própria, porque o filme soa americano e italiano ao mesmo tempo no estilo. Tive a impressão de que é um tapa de luvas na homofobia que se reinventou em nossos dias. Talvez a única coisa clichê seja o universo pequeno-burguês. É difícil identificar o conflito rapidamente e isso não deixa de ser um mérito da obra. Filme mais bonito que vi da lista que orbita o Oscar desse ano. Recomendo vivamente. Nota: 9,0